quarta-feira, 13 de junho de 2012

SALVE SANTO ANTONIO !!!!!

Falar de Santo Antonio na Umbanda, não é tarefa fácil, ainda mais de Santo Antonio de Pemba , de Lisboa, de Ouro fino, de Pádua. Mas seja lá qual for o Santo Antonio, Uma coisa é certa, Zé Pelintra trabalha muito com ele,e é o Santo em que Zé Pelintra deposita seus pedidos.
 De casamenteiro à Guerreiro, Santo Antonio às vezes é confundido com Ogum. Temos consciência que Ogum é Ogum, e Santo Antonio é Santo Antonio. Antonio, que largou tudo pelo sacerdócio da caridade e luta justa pelos valores dos humanos, seja o padre, ou o padeiro, o padre que alimentava seus fiéis pela palavra de Deus ou o padeiro que matava a fome dos pobrezinhos da aldeia de Pádua.
Antonio, que quando vivo já era um Santo para o povo, após sua passagem se transforma em Santo Antonio Milagreiro. Zé Pelintra, em tudo que faz, homenageia Santo Antonio, inclusive, no dia 13 de junho, benze os pães de Santo Antonio, distribuindo-os aos filhos de fé, para colocarem no açúcar, e durante um ano inteiro, o pão permanece sem estragar. Isto para que não falte a fartura .
 Santo Antonio de Pemba, na Umbanda, que é o Patrono de Exú, que rege as legiões desses espíritos guerreiros e mensageiros dos Anjos Superiores (orixás), que preside as batalhas navais e terrestres.
 Santo Antonio que protege as pessoas dos espíritos malignos e que traz o que estava perdido. Zé pelintra do Catimbó, ora muito a Santo Antonio.
 Em uma das suas cantigas, pergunta-se: - Zé Pelintra, cadê Santo Antonio; Estava rezando e fazendo oração; Santo Antonio que gira e retira que quebra as demandas de toda a nação. e assim, Zé Pelintra, invoca ao Santo, trazendo sua força, inspiração e proteção à Umbanda e aos seus filhos de fé. SALVE SANTO ANTONIO.

HISTÓRIA

Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua (nasceu na capital portuguesa; passou seus últimos dias na cidade italiana), chamava-se Fernando, antes de ingressar na Ordem dos Franciscanos, em Coimbra.

Por conta da doutrina adquirida e propagada como frade menor, é o santo defensor dos pobres. Também era evocado para achar coisas perdidas, tal como São Longuinho. No dia que lhe é consagrado, 13 de Junho, distribui-se o pãozinho que deve ser guardado numa lata de mantimentos, como 'amuleto' de garantia que não falte comida durante o ano. Os lírios brancos que acompanham sua imagem indicam a pureza e os sentimentos nobres.

A escolha de Santo Antônio como padroeiro dos namorados deve-se a uma narrativa sobre o santo português; este durante o tempo em que esteve em França, dirigiu-se a um povoado onde casar era considerado um pecado. No local, o santo pregou sobre a importância da formação das famílias, vindo daí tradição que o tornou popular como santo casamenteiro.

Aqui no Brasil, institui-se 12 de Junho como dia (comercial) dos enamorados em 1949, quando o técnico de publicidade João Dória - trabalhando para a Agência Standard Propaganda - encetou uma campanha para melhorar as vendas da extinta loja Clipper no decorrer de Junho - um mês bastante fraco para o comércio - lançando o slogan "Não é só de beijos que se prova o amor". O êxito foi imediato, tendo a Standard ganho o título de agência do ano. A idéia estava lançada, com o apoio da Confederação de Comércio de São Paulo e o júbilo de todos os comerciantes.

UMBANDA – SINCRETISMO: OGUM x EXU

Na tradição católica, de acordo com historiadores, Santo Antônio foi assentado como praça da Infantaria portuguesa por ter intercedido no ‘milagre’ da vitória sobre as forças espanholas e francesas, chegando à patente de Tenente-Coronel.

No Brasil, ‘auxiliou’ nas lutas contra o Quilombo dos Palmares (pela Capitania de Pernambuco) e a esquadra de corsários franceses de Duclerc (na Capitania do Rio de Janeiro), ficando no posto de Tenente-Coronel até a Proclamação da República, quando teve seu soldo abolido pelo Marechal Hermes da Fonseca.

Sendo identificado como padroeiro de incursões militares e batalhas, o santo frade acabou sincretizado com o orixá Ogum na Bahia, por exemplo
.

À época da escravidão, os negros eram forçados a abjurar suas crenças por imposição da Igreja Católica Apostólica Romana, sendo também obrigados a adotarem para si nomes de santos, como Antônio, Benedito, José, João, Pedro etc. Na Umbanda, Santo Antônio é visto como um padrinho destes espíritos de escravos africanos, os pretos velhos, nomeando entidades desta falange.

Pode-se conjecturar uma ligação (mas não o sincretismo) de Santo Antônio com Exu porque o matrimônio sela um compromisso de continuidade dos homens (pela família). Exu é o movimento, a dinâmica da vida, promovendo a interação entre Criador e criaturas (comunicação) e a perpetuação dos seres (reprodução). O símbolo deste Orixá é o falo - órgão sexual masculino -, representando a fertilidade. Suas características controversas – provocador, brincalhão, astuto, sensual – o associaram à figura bíblica de Satanás. Por ferir a moral cristã, a Umbanda não o aculturou como divindade; cultua apenas espíritos homônimos de características análogas – os exus e pombogiras, devoltando-lhes homenagens em dia 13/6. Para os yorubá, etnia da qual herdamos a cultura dos Orixás, não existe conceito de pecado, nem divindade que seja a antítese de Deus (para eles, Olodumare).
http://gufec.blogspot.com/2007/06/santo-antnio.html

terça-feira, 12 de junho de 2012

UMA LINDA MENSAGEM DE UM AMIGO MUITO QUERIDO

A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter

um governo mais ou menos.

A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou

 menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro

A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...

TUDO BEM!

O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...

é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou

 menos, e acreditar mais ou menos.

Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.

Chico Xavier

terça-feira, 29 de maio de 2012

PONTOS RISCADOS

Pontos Riscados são os símbolos gráficos dos quais as entidades de Umbanda se servem para determinar sua identificação, funcionando como verdadeira identidade da entidade que se manifesta, impedindo assim que algum espírito mal intencionado engane os demais componentes do templo onde se manifesta a entidade. São traçados, geralmente, no chão ou em tábua de madeira, ou mármore, com uma pemba (giz), utilizando-se de símbolos como sóis, estrelas, triângulos, lanças, flechas, folhas, raios, ondas, cruzes.
Não pode existir um terreiro ou mesmo um trabalho de magia sem o ponto riscado. Assim, o ponto riscado é o instrumento mais poderoso da Umbanda, uma vez que com ele nada se poderia fazer com segurança, já que é a pemba que tem o poder de fechar, trancar ou abrir os terreiros conforme exigir o trabalho a ser praticado.
Através do ponto riscado a entidade mostra seu grau hierárquico, e movimentando toda uma falange de entidades que trabalham sob suas ordens para um determinado trabalho de auxílio a alguém. É pela grafia, pelos símbolos utilizados, que podemos identificar a entidade como um caboclo, um preto-velho, qual preto ou qual caboclo e assim por diante.

Cada ponto riscado tem sua função específica. Os pontos riscados são verdadeiros códigos registrados e sediados no plano espiritual. Geralmente, só o pai de Santo ou a entidade firmada sabe e pode identificar, com segurança, qual entidade riscou o ponto, ou qual Falangeiro de Orixá está ali incorporado trabalhando.
Através dele, identifica-se a falange da entidade, sua atividade e poderes. Cada traço tem seu significado e sua importância no ponto riscado pela entidade. Por isso mesmo, não podem ser riscados sem o devido conhecimento ou por alguém que não seja a entidade atuante, já que em se tratando da magia poderosa das entidades de Umbanda, se não forem traçados por elas, não passam de simples rabiscos inócuos.
Os pontos riscados nos templos de Umbanda são feitos com a Pemba, que consiste numa espécie de giz, confeccionado com calcário, de formato cônico-arredondado em diversas cores, sendo que conforme a cor utilizada nos pontos riscados pela entidade identifica-se a Linha a que pertence a entidade, ou a Linha com a qual a entidade trabalhará naquele momento.
Pela pureza, a Pemba é um dos poucos elementos que pode tocar a cabeça do médium, sendo utilizada para lavagens de cabeça, banhos de descarrego, etc.
Pontos ou Representações dos Orixás na Umbanda.

OXALÁ: toda de representar a presença de luz.
IANSÃ: a taça e o raio.
COSME E DAMIÃO: carrinhos, pirulitos, brinquedos em geral, bonecos e palhaços, etc.
IEMANJÁ: a estrela, a âncora, as ondas, etc.
OXUM: a lua, o coração, etc.
OXOSSI: a flecha e o arco.
OGUM: a espada, a lança, a bandeira usada pelos cavaleiros, vários instrumentos de combate.
XANGÔ: o machado.
NANÃ: o iberi ou uma chave.
OBALUAIÊ: o cruzeiro das almas.

Outros Significados dos pontos:
- Um Ponto - o Ser Supremo, a origem.
- Uma Linha Reta - o Mundo Material.
- Duas Linhas Retas - o Princípio, o Masculino e o Feminino.
- Uma Linha Curva - a Polaridade.
- Dois Traços Curvos - as duas polaridades - positiva e negativa.
- Um Triângulo de Lados Iguais - a Força Divina - Pai, Filho e Espírito Santo - Santíssima Trindade.
- Dois Triângulos (Hexagrama) - Estrela de seis pontas - todas as Forças do Espaço.
- Um Quadrado - os 4 elementos (Água, Terra, Fogo e Ar).
- Um Pentagrama - a Estrela de Davi e o Signo de Salomão - a Linha do Oriente, Oxalá, a Luz de Deus.
- Três estrelas também representam os Velhos e Almas.
- Círculo - o Universo, a Perfeição.
- Um Círculo com Dois Diâmetros Entre Si - o Plano Divino, o Quaternário Espiritual.
- Círculos Menores e Semicírculos - as fases da lua (símbolo de Iemanjá), forças de luz, inclui Iansã.
- Círculo com Estrias Externas - o sol (símbolo de Oxalá).
- Espiral - para fora indica chamamento de força, retirando demanda ou irradiação de Boiadeiro. Seta Reta ou Curva e Bodoque - irradiação de Oxossi (caboclo).
- Balança, Machado ou Nuvem - símbolos de Xangô e do Oriente.
- Raio (condições atmosféricas) - símbolo de Iansã.
- Espada Curva reta ou inclinada - símbolo de Ogum.
- Bandeira Branca com Cruz Grega Vermelha - símbolo de Ogum.
- Flor ou Coração - símbolos de Oxum.
- Coração com uma Cruz no Interior - símbolo de Nanã.
- Traços Pequenos na Vertical (chuva) - símbolo de Nanã.
- Folhas ou Plantas - símbolos de Oxossi ou Preto-velhos.
- Tridentes - símbolos para Exu e Pomba-gira; garfos curvos para a Calunga e retos para a Rua. (Pode haver ou não caveira)
- Cruz Latina Branca - Cruz de Oxalá.
- Cruz Grega Negra - com pedestal, símbolo de Omulu.
- Arco-íris - símbolo de Oxumaré.
- Estrela Branca (Oriente) - Luz dos espíritos.
- Estrela Guia (com cauda) - símbolo da capacidade de acompanhamento (Oriente).
- Um Oito Deitado (Lemniscata) - símbolo do Infinito.
- Cordão com Nó ou um Pano - símbolo das crianças.
- Conchas do Mar - símbolo das crianças na irradiação de Iemanjá , Oxum, Nanã.
- Águas Embaixo do Ponto - símbolo de Iemanjá (mar).
- Pequenos Traços de água - símbolo de Oxum.
- Traço ou Linha Curva com Círculo nas Pontas - símbolo de força, amarração e descarregos.
- Rosa dos Ventos - chamada de força ou descarrego.
- Palmeiras ou Coqueiros - força dos Velhos ou Baianos
- Traço com Três Semicírculos nas Pontas - descarrego e força também.
Evidentemente, as entidades se utilizam dos desenhos aqui representados cada qual a sua maneira e necessidade, de acordo com o trabalho a ser realizado, sendo que nós só poderemos saber exatamente seu significado apenas quando indagarmos da entidade o porquê da utilização daqueles determinados desenhos no ponto riscado.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

"Preto-velho" na Cultura Brasileira e na Umbanda


 

Pai Antônio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se esta­be­leceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta "linha" para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.

O "Preto-velho" está ligado à cultura religiosa Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos for­madores de sua liturgia, representa uma "linha de trabalho", uma "falange de espíritos", todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.

São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas com Pai João e Vó Maria, por exemplo.

Milhares de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho desper­sonalizado do elemento individual valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico "preto-velho". Muitos até dizem "nem tão preto e nem tão velho" ainda assim "preto velho fulano de tal". A falta de informação é a mãe do preconceito, e, no caso do "preto-velho", muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor do "preto-velho" dentro das mesmas.

Preto é Cor e Negro é Raça, logo o ter­mo "preto-velho" torna-se característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria "Negro Velho", "Negro Ancião" ou ainda "Negro de idade avançada" para identificar o homem da raça negra que encontra-se já na "terceira idade" (a melhor idade). Por conta disso alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro da imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.

Alguns preferem chamá-los apenas de "Pais Velhos" o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se auto-afirmar "nêgo véio" e ex-escravo; talvez assim se mantenham para que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa fé.

O "preto-velho" é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral.

No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do "preto-velho" pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam " com estas coisas" pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo. Não existe uma Umbanda "boa" e uma Umbanda "ruim", existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os "Preto-velhos", todos fazem o bem sem olhar a quem, caso con­trário não é de fato um "preto-velho", pode ser alguém disfarçado de "velho-negro", o "preto velho" trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.

São espíritos que se apresentam des­ta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência diferente. Os pretos velhos trazem consigo o "mistério ancião", pois não basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.

Quanto menos valor se dá a forma, mais valor se dá à mensagem, e "preto-velho" fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouví-lo, parece-nos ouvir na língua Yorubá a palavra "Atotô", saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: "silêncio".

Nas culturas antigas o "velho" era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas. Algumas tradições religiosas man­têm esta postura frente o sacerdote mais velho, trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.

Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.

Por tudo isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia da libertação dos es­cravos eu os saúdo: "Salve os Pretos Velhos! Salve as Pretas Velhas! Adorei as Almas! Salve nosso Amado Pai Obaluayê, Atotô meu Pai! Salve nossa Amada Mãe Nanã Buroquê, Saluba Nana!"

Usamos para eles velas brancas ou bicolores, metade preta e metade branca, tomam café e fumam cachimbo.
Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada, impresso, do mês de maio de 2006.

terça-feira, 6 de março de 2012

A importância da Oração

 



Quando oramos, elevamos nossas mentes a um estágio consciencial de vibração acima da usual, mantida durante nosso estado normal de trabalho, vigília etc.. Se a oração é fervorosa, equivale a um estágio de sono conhecido como Alfa.

Nesse estágio, as ondas cerebrais permitem o contacto com Essências e Consciências fora da realidade do plano tridimensional ou do plano físico, no qual os seres humanos normalmente estão presentes e atuantes.

A importância da oração é tal que determina não só o contacto com nossa Essência Crística, mas também com outras inteligências iluminadas com as quais temos um maior grau de afinidade. Essas Entidades são chamadas por nós, durante o processo de oração.

Assim funciona, por exemplo, o chamamento feito aos Anjos e também aos seres considerados Santos pela Humanidade.

Além de todo esse processo, com a oração, ocorre uma purificação ambiental fluídica, que previne a interferência de energias mais densas. Funciona, pois, como um invólucro protetor sobre as nossas auras, nossas casas e sobre os ambientes mais próximos a nós (e também sobre os ambientes mais distantes, que tem uma ligação vibracional intensa conosco), independentemente da intenção ou pedido para que isso ocorra.

Esse conhecimento que trago é um conhecimento ancestral, que pode ser encontrado em inúmeros livros sacros disponíveis nas bibliotecas do seu mundo físico. No entanto, a metafísica que gira em torno do processo da oração não pode ser encontrada na maior parte desses livros, pois sempre foi muito grande a influência dos dogmas, das igrejas, das religiões e dos preconceitos sobre as verdadeiras explicações e orientações dadas pelos Mestres diretamente a seus mensageiros.
É por isso que, mais uma vez, destacamos a necessidade de trabalhar os corpos mentais e emocionais densos, para que esses dogmas – esse “aprendizado humano” arraigado na memória terrena – não interfiram nas mensagens e nas canalizações.

Assim como existem diferentes níveis de oração, existem também diferentes níveis de canalização. Há situações em que a interferência externa é maior; outras em que a interferência interna é menor e ainda outras em que existe muito pouca interferência de ambos os lados. É nessas últimas situações que temos a maior facilidade de contacto e a maior alegria em passar nossos conhecimentos e em dividir com vocês nossas experiências.
Amigos meus, Irmãos meus, Irmãos na Luz, saibam que o aprendizado existe tanto “do lado de lá como no lado de cá”. Existe o aprendizado entre vocês e entre nós.

Nós não possuímos mais um corpo físico, que possa atuar na tridimensionalidade, e é por isso que precisamos de seres que se ofereçam para liberar os seus “veículos” de comunicação – e assim, possamos nos manifestar.

Cada comunicação tem suas peculiaridades e aspectos próprios, que vão estar na dependência dos seres reunidos ao redor de quem fala, como também vão depender do estado de espírito e das características emocionais e mentais do médium ou canal. Não importa onde essa pessoa esteja, como já foi dito pelo sagrado Mestre Maitreya. Não importa se ela está num centro umbandista, num centro espírita ou espiritualista ou em uma reunião sob a orientação dos Mestres Ascensionados. O que importa, na realidade, é que haja o vínculo perfeito e que a mensagem para aquele grupo, nas condições adequadas a ele e para aquela situação, seja passada da melhor forma possível.

Não exijam, particularmente de vocês mesmos, um grau de perfeição, paciência e reverência que não podem atingir. Respeitem seus limites e suas falhas, embora não devam permanecer nos erros ou falhas. Também não permaneçam na estagnação – que é onde vocês estiveram durante muitos e muitos séculos.
Vivenciem cada momento. Vivenciem os momentos felizes e os momentos tristes. Vivenciem as situações de triunfo sobre a matéria. Vivenciem também os momentos em que isso não acontece e aprendam, aprendam, queridos irmãos, a diferenciar esses momentos e a separá-los, identificando aqueles que lhes trazem felicidade.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

MENTIRA É SEMPRE MENTIRA




Certa feita, uma revista de circulação nacional apresentou reportagem acerca da mentira, mostrando-a como um ingrediente fundamental do jeitinho brasileiro.

Mais ou menos no mesmo período, determinado programa televisivo ofereceu a oportunidade aos telespectadores de opinarem se um personagem deveria ou não mentir para vingar um crime do passado, ainda impune.

A mentira venceu por larga margem.

Isso demonstra como estamos nos habituando com a mentira e a estamos utilizando, em nosso cotidiano.

Mentimos para obter algum benefício, para preservação da nossa imagem, para evitar um sentimento de vergonha, por verdadeira covardia.

Assim, um amigo não diz ao outro o que realmente pensa e deseja dele.

Se o amigo possui defeitos, em vez de alertá-lo a respeito, bate-lhe nas costas e com uma frase reticente, permite àquele interpretar que tudo vai muito bem.

A mãe mente para o filho pequeno, afirmando que volta, e na verdade se ausenta por longas horas.

Servem-se da mentira alguns que afirmam serem técnicos em tal ou qual área, não passando, na verdade, de meros aprendizes.

Utilizam a mentira aqueles que oferecem um produto como sendo de primeira linha, quando não o é. Mentem todos aqueles que fazem promessas, sabendo antecipadamente que jamais as poderão cumprir.

Natural que tal clima gere desconfiança e descrença, itens que presidem ao relacionamento atual das criaturas.

Há quem acredite ser normal a criança mentir e somente ser sintoma de enfermidade no adulto.

Contudo, o mentiroso é sempre alguém enfermo. E em razão mesmo de sua forma de proceder, se torna desacreditado, mesmo quando se expresse de forma correta e verdadeira.

Para quem está habituado à mentira, se torna muito natural alterar o conteúdo ou a apresentação dos fatos, manipulando-os ao seu bel prazer.

As raízes da mentira se encontram no lar instável, mal formado, quando não emanam dos conflitos da personalidade, que induzem o ser à fuga da realidade e ao culto da fantasia.

Faz-se imperioso que se estabeleça uma disciplina rígida na arte de falar, procurando repetir o que se ouviu exatamente como se escutou; o que se viu da forma mesma como aconteceu, evitando-se interpretar o que se pensa em torno do assunto, que nem sempre corresponde aos fatos. Esta é uma maneira de vital importância para se abandonar o vício da mentira.

Não há necessidade de mentir, e toda vez que nos servirmos da mentira, estaremos demonstrando um distúrbio de comportamento, que precisa urgentemente ser corrigido.

* * *

Mentir compulsivamente é um distúrbio da imaginação chamado mitomania.

A verdade deve ser sempre dita com naturalidade, sem alarde, mas na íntegra, jamais adornada de fantasias ou conclusões pessoais.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Iluminando relacionamentos

Iluminando relacionamentos

 
 

Existe uma série de ações que devemos ter, ao longo da nossa encarnação, para realizarmos nossa reforma individual e purificar os sentimentos, promovendo a mudança de hábitos, comportamentos e, conseqüentemente, da nossa relação com o meio.

Não devemos mudar pela simples imposição do meio, sem a menor sinceridade, porque será uma mudança forçada.

A reforma pessoal visa mudar o “eu” na relação com o meio, promovendo evolução. Para que isso aconteça, temos que desenvolver nosso conhecimento sobre aquilo que objetivamos mudar.

Seguir a Doutrina Espírita é trabalhar com uma ciência bem delimitada e nos “religarmos” a Deus. Hoje, encontramos em muitos autores espíritas – encarnados e desencarnados – fontes vivas de luz e de novos caminhos, necessários ao crescimento dos povos.
Entre eles, poderíamos citar Francisco Cândido Xavier e colaboradores, Ramatís, José Lacerda de Azevedo, entre muitos outros.

O conhecimento espírita é como um botão de rosa que vem se abrindo ao mundo, revelando a cada despertar, novas verdades.

Por isso, não podemos considerar que nossa ciência se restrinja às informações de Kardec, apesar de seu valor e importância indiscutíveis. A humanidade e o pensamento vigente evoluem e necessitam de novas técnicas e saberes.

Adquirindo novas informações, devemos processá-las e começar a transformá-las em ações efetivas de mudança em nosso dia-a-dia, principalmente no que concerne aos ensinamentos e ao amor cristão.

Mas isso não deve acontecer apenas entre as paredes dos centros espíritas. O primeiro lugar de exercício desse processo é o nosso lar.

Se, com nossos pais, irmãos, maridos ou esposas, filhos e seres ligados diretamente, não semearmos o respeito, a fraternidade e a caridade, não será com nossos desafetos e irmãos mais distantes que teremos mais facilidade.

A grande família cósmica e a grande regeneração planetária acontecerão a partir da transformação das partes que a compõem, e a família é esse micronúcleo que eclode e dissemina o senso comum na sociedade.

Harmonizando nosso lar e direcionado nossas intenções à família, devemos olhar também para nossa atividade profissional.

Não existem profissões mais ou menos dignas: o que há, em nossas vidas, são reencontros que visam resgatar e nos lançar mais próximos da Luz.

Nosso ambiente de trabalho é o local em que passamos a maior parte de nossa encarnação e onde mantemos os reencontros mais constantes e repetitivos.

Não será nos queixando e lamentando que alcançaremos com êxito nosso intento. Muitas vezes estamos reunidos ali pelo mesmo padrão vibratório e pelas mesmas identificações. Trabalhar e transformar é a essência da nossa encarnação.

Nossa libertação dos vícios comportamentais é o próximo passo. Julgar, falar demais, criticar, mentir, omitir, ser indiferente e alheio, entre outros, são comportamentos danosos a nós e aos outros e devem ser trabalhados a fim de reduzi-los e até eliminá-los.

Geralmente, nossas atitudes são muito mais perigosas ao espírito do que os vícios químicos. Não que estes não sejam relevantes, muito pelo contrário são de intensidade proporcional, entretanto, muitas vezes, são mais valorizados do que os outros tipos de vícios.

Obviamente que a alimentação compulsiva, o fumo, as bebidas alcoólicas e qualquer outro tipo de substâncias psicoativa lesam tanto nosso corpo físico quanto os mais sutis, mas devemos nos lembrar que vício é vício e existem infinitas formas de danos.

Sermos resignados – sem passividade e apatia – é outra forma de desenvolvimento individual. Aceitar nossa condição, mas trabalhando por um mundo e uma evolução pessoal maior e entendendo o que nos acontece, é o melhor para cada um e uma benção generosa de Deus.

Esse, sem dúvida, é um caminho de muita dificuldade para seres como nós. A melhor forma de conseguirmos resultados é não nos esquecermos que devemos sempre elevar nossos pensamentos, nossos corações e buscar nosso desdobramento espiritual para junto dos espíritos instrutores, que já estão em lugares um pouco mais elevados do que estamos hoje.

Obras Básicas - Pentateuco do Espiritismo

O Livro dos Espíritos - Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade – segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec. O Livro dos Médiuns - Contendo os ensinamentos dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo. Em continuação de "O Livro dos Espíritos" por Allan Kardec. O Evangelho segundo o Espiritismo - Com a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida por Allan Kardec. Fé inabalável só é a que pode encarar a razão, em todas as épocas da Humanidade. Fé raciocinada é o caminho para se entender e vivenciar o Cristo. O Céu e o Inferno - Exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual, sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e demônios, sobre as penas, etc., seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte por Allan Kardec. "Por mim mesmo juro - disse o Senhor Deus - que não quero a morte do ímpio, senão que ele se converta, que deixe o mau caminho e que viva". (EZEQUIEL, 33:11). A Gênese - Os milagres e a predições segundo o Espiritismo por Allan Kardec. Na Doutrina Espírita há resultado do ensino coletivo e concordante dos Espíritos. A Ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da Natureza. Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação delas. Para Deus, o passado e o futuro são o presente.
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